A cirurgia plástica também pode corrigir problemas relacionados aos olhos, inicialmente pelo fator estético, mas, também, por possíveis comprometimentos visuais. Um destes casos é o procedimento de correção da ptose, mais conhecida como pálpebra caída. Portanto, ela pode ser uma simples alteração na aparência, assim como um problema funcional severo, nos casos de cobertura do eixo visual.

Existem vários tipos de queda das pálpebras, onde a mais comum na infância é a congênita, que resulta da falta de desenvolvimento do músculo elevador da pálpebra e/ou seu tendão durante a gestação. Este problema pode ser corrigido através de um procedimento cirúrgico, que restituirá a alegria e a sociabilidade da criança.

O que ptose palpebral congênita? Quais as suas causas?

Algumas crianças já nascem com a ptose palpebral congênita, que pode ocorrer em vários graus (pouco perceptível, moderada ou até mais grave, ocluindo a pupila), quando os músculos que elevam a pálpebra não são fortes o suficiente para abrir os olhos. Podem haver diversas causas, desde doenças do próprio músculo, doenças dos neurônios, síndromes hereditárias e mesmo características familiares. A “pálpebra caída”, ou seja, a impossibilidade de abrir os olhos é o sinal mais claro dessa patologia.

Consequências da ptose palpebral não tratada

Em relação a visão, o desenvolvimento dela ocorre, em média, até os oito anos de idade; e, se não tratada, a ptose palpebral pode, assim, causar algumas consequências, como:

  • Astigmatismo, devido à pressão assimétrica que a pálpebra faz no globo ocular;
  • Ambliopia por privação, que é a visão preguiçosa devido à falta de informação de estímulos visuais;
  • Torcicolo, pela inclinação do pescoço para trás, para poder enxergar com maior facilidade.

A cirurgia da ptose congênita

No caso de bebês, a cirurgia de ptose palpebral é realizada quando há problemas que comprometam o estímulo visual, para que sua visão possa se desenvolver de forma adequada. Quanto à estética, os melhores resultados acontecem em crianças maiores.

A cirurgia visa ajudar na abertura ocular; e se o problema é uma flacidez dos músculos e tendões, é realizada a cirurgia de encurtamento dessas estruturas. Nos casos em que o músculo não funciona, utilizamos outro músculo (em geral o músculo frontal, da testa) para desempenhar essa função.

A cicatriz desta cirurgia fica no sulco palpebral, escondida na dobra dos olhos. Ademais, no pós-operatório, é importante a colaboração da criança para que sejam aplicados os colírios, assim como pomadas e compressa gelada para evitar o inchaço. Após a cicatrização, são orientados alguns exercícios para que a criança possa “reaprender” a abrir os olhos, uma vez que a maioria dos casos são congênita, ou seja, desde o nascimento, a criança nunca teve abertura ocular completa.

A cirurgia varia de acordo com cada caso – é necessária uma análise minuciosa na consulta para verificar qual é o tratamento e idade mais adequados para uma intervenção.